terça-feira, 7 de outubro de 2008

À descoberta do Douro, ou 2500Km em Deauville! I


Já há muito que desejava fazer esta voltinha. Pelo menos, desde o ano passado, quando tive oportunidade de subir o Douro, de barco, de Gaia até à Régua. Um cruzeiro muito interessante onde foram servidas, a bordo, entre outras, algumas iguarias vinícolas e de onde íamos vendo, ao longe, a “matéria-prima” “preparar-se” tranquilamente para uma nova colheita, que viria a ser daí a dias, pois estávamos em meados de Setembro.


Não sei se pelo efeito dos néctares que fui degustando durante a viagem, se por aquela paisagem de escarpas cobertas de vinhedos em socalcos, se pelo cheiro da queima do diesel, dei por mim a equacionar uma voltinha de Deauville, por aquelas paragens… Viessem as férias deste ano e logo trataríamos do assunto…


Ultrapassadas as formalidades familiares dos intervenientes (eu, a Sónia e a Deauville) equacionámos, então, descer o Douro desde a Barragem de Castro, ou mais propriamente, “Embalse de Castro”, perto de Miranda do Douro, até ao Porto. Após esta equação, brilhantemente concluímos que, para partirmos da barragem, antes teríamos que lá chegar…


Assim, a 19 de Agosto, deste ano, iniciámos uma rota, de dez dias, em que fomos seguindo, calmamente, as coordenadas previamente registadas no nosso “GPS”. Um “aparelho” caríssimo, da Turinta maps (marca registada), já fornecido com o fantástico upgrade do sofware da 4ª edição e totalmente concebido em celulose da ultima geração de eucaliptos de casca fina.


A primeira coordenada, indicada pelo sofisticado aparelho, levou-nos a Porto de Muge, via Cartaxo (termas logicamente), possibilitando-nos, em seguida, a passagem pela Ponte Rainha D. Amélia. É uma centenária obra de engenharia, sobre o Tejo, inicialmente concebida para movimento ferroviário e adaptada ao tráfego rodoviário em 2001… Coisas da engenharia... Parámos alguns minutos (o sinal estava fechado) para admirar a obra.


Continuando a seguir as coordenadas, penetrámos no Ribatejo profundo, rumo à Chamusca para podermos contemplar, por momentos, mais uma ponte centenária, que também tem sinal e tivemos a “sorte” de, também, estar fechado.


Deixando a Golegã (terra de cavalos e de… boas recordações), seguimos até à Barquinha onde nos debatemos com um “suculento tuperwere” de croquetes caseiros, “ultra light”, acompanhados por um excelente ice tee de pêssego, produzido com as mais distintas castas de casca de pêssego enlatado (sem casaca, obviamente).


Após o maravilhoso repasto e a primeira cessão fotográfica deste passeio, seguimos para o Agroal, pensando no mergulho refrescante que aí iríamos dar… Azar… Estão com obras de remodelação da represa. E mergulho… Só se fosse nos bidões de 200L, com água, que por lá haviam. Mas, era tanta gente à procura do mesmo que, por esta hora, ainda lá estaríamos à espera que vagasse um bidãozito.


As coordenadas seguintes indicavam-nos Figueiró dos Vinhos (uma questão de coerência toponímica previamente parametrizada no “GPS”), via Maçãs de D. Maria. Este percurso possibilitar-nos-ia descer a encosta leste da Serra de S. Helena. É uma estrada muito sinuosa e com curvas muito difíceis, que acompanha a Ribeira de Alge, mas com uma paisagem completamente surreal.


Uma pequena falha na “alimentação” do GPS levou-nos, em determinada altura, a seguir em frente, quando era suposto virármos à esquerda. Há males que vêm por bem… Fomos ter a Foz de Alge, em pleno Rio Zêzere. Um local espectacular para a prática de desportos náuticos, com uma bela paisagem (mais umas quantas fotos).


Resolvidos os problemas de “alimentação” do aparelho, seguimos até à primeira paragem para “assentar arraiais” que viria a ser em Castanheira de Pêra (ainda muito longe do Douro). Local interessante, sem dúvida, mas aquém das nossas expectativas…


No dia seguinte, após uns mergulhos nas célebres ondas “horárias” da Praia das Rocas, decidimos avançar até Góis rumando pela Serra da Lousã. E que serra… E que curvas… E que paisagens… Muito bom para nós, que rejuvenescemos o pulmãosito e para a “nossa menina”, que até parecia já conhecer aquela estrada, tal era a subtileza com que ia atacando cada nova curva (ou seria a “tecnologia da ponta” do caríssimo aparelho, ligada, via wirless, directamente à “menina”!?).

1 comentário:

Loca disse...

Gostei de ler estas crónicas.
Um bom domingo para vocês.
Bêjos
:))